RUÍDOS – PARA CHACOALHAR OS SILÊNCIOS. PARA SILENCIAR AS PALAVRAS. PARA HABITAR A CIDADE.

Resumo

Nos trajetos de uma pesquisa de mestrado, proliferam-se os encontros. Primeiro, entre escolas e imagens de artistas brasileiros contemporâneos que se debruçam sobre as questões raciais. Depois, contagiados pela rua, encontros entre sarjetas, postes, imagens, museu, coletivo artístico e cidade. Esse trabalho se propõe a pensar a partir das intensidades dos encontros que culminaram na intervenção artística ruídos, realizada em Descalvado (SP). O conceito de coisa de Tim Ingold (2012) instiga questões: quando imagens que carregaram identidades habitam a cidade, que perturbações causam? Que gagueiras propõem aos discursos? Como afetam a experimentação de hiatos e silêncios em uma educação que extrapola os muros da escola? Que potências de vida as imagens em fluxo carregam? Interessa, assim, pensar na instauração dos modos de existência próprios das imagens na relação com a cidade e com as questões raciais. Fazê-las existir mais, em seus silêncios e ecos, em seus versos de papel branco. Deixá-las criar ruídos que incomodam, ressoam e transitam entre modos de existir. Por fim, entre os movimentos de fuga e de captura em que dançam as imagens, fazer dançar o sensível e proliferar pensamentos sobre escolas, imagens e relações raciais.