A POTÊNCIA INVENTIVA DAS CRIANÇAS AGENCIANDO CURRÍCULOS-GAIA

Juliana Paoliello Sánchez Lobos, Tereza Maria Schuchter, Nilcea Elias Rodrigues Moreira

Resumo


Objetiva movimentar o pensamento acerca dos possíveis que são engendrados por meio das enunciações infantis nos cotidianos dos Centros Municipais de Educação Infantil. Aposta na força que desterritorializa formas curriculares prescritivas que, por sua vez, desvinculam-se das potências inventivas das crianças como criação de mundos possíveis. Os mundos possíveis são acontecimentos que abrem fendas em territórios enrijecidos que, por meio das subversões curriculares, lançam-se em movimentos nômades agenciando currículos-Gaia. Aposta na força da geofilosofia como produção de conceitos que ajudam na problematização dos currículos molares e na potência de currículos que afirmam a vida para além das prescrições determinadas pelos documentos oficiais. O referencial teórico é inspirado na filosofia da diferença, que tem como intercessores Deleuze e Guattari. O presente artigo se constitui a partir de uma pesquisa produzida em 2016 e utiliza como recurso metodológico a cartografia em intercessão com os estudos com cotidianos. Conclui-se apontando que as crianças trazem os enunciados como força nos processos educativos que agenciam a vida em meio aos desejos que rompem com os dogmatismos. Essa enunciação coletiva revela uma grupalidade que move os afetos a partir de um coletivo que deseja que os processos educativos aconteçam em meio a uma vida imanente.

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e-ISSN: 1980-9026
DOI: https://doi.org/10.34112/1980-9026

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