O CINEMA COMO POTÊNCIA DE UMA NOVA TERRA POR VIR

Diogo José Bezerra dos Santos, Giovana Scareli

Resumo


O que pode o humano nos seus devires em tempos de catástrofes? Esta pergunta, que foi tema do VII Seminário Conexões: Deleuze e Cosmopolíticas e Ecologias Radicais e Nova Terra e…, realizado na Unicamp em novembro de 2017, nos colocou em movimento de pensamento e desejos que buscaram relacionar o cinema, a filosofia e a educação com essa temática. Neste sentido, este artigo traz uma reflexão a partir do filme Rabbit-Proof Fence[1].Para pensarmos com o filme, selecionamos fotogramas e escolhemos o método documentário de análise de imagens, proposto por Ralf Bohnsack, para nos auxiliar. Para desenvolvermos a argumentação utilizamos como principais aportes teóricos, Deleuze, Guattari, Gallo, Kohan. Apontamos como fundamental em tempos de catástrofes o estímulo ao pensamento singular, mais livre possível de imitações, padrões, estereótipos e clichês, que apenas fazem reproduzir o velho e perpetuar posições. Trazemos uma reflexão acerca da educação, no sentido de que ela deve auxiliar o indivíduo a pensar por si próprio, produzindo subjetividade “descontrolada”, multiplicando singularidades, provocando pensamentos, quebrando rótulos, desconstruindo preconceitos, abrindo espaço ao campo da experimentação do não representado e do imperceptível, inventando novas condições e possibilidades de vida.

[1] Título em Português (BR): Geração Roubada. Filme lançado em 2002, dirigido por Phillip Noyce, inspirado no livro de Doris Pilkington.


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Referências


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RABBIT-PROOF FENCE. Direção Philip Noyce. 2002. Austrália: Rumbalara Films / Showtime Australia production / Miramax. 94 min. Color.

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Linha Mestra Associação de Leitura do Brasil (ALB)
e-ISSN: 1980-9026
DOI: https://doi.org/10.34112/1980-9026

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