UM INTELECTUAL ESQUECIDO: PRÁTICAS DE LEITURA DE FRANCISCO LINS

Daise Silva dos Santos

Resumo


Apresentar alguns indícios sobre as práticas de leitura do professor, jornalista e poeta mineiro Francisco Lins (1866-1933) é o objetivo deste artigo. Apesar de todo o esquecimento que paira hoje sobre o nome desse intelectual, houve um tempo em que ele foi bastante lido por muitos dos que folheavam os grandes periódicos do final do século XIX e início do século XX. Sejam por suas poesias, crônicas, cartas ou traduções, Francisco Lins fez nome na imprensa e nas letras, por vezes assinando com diferentes pseudônimos. Foi membro fundador da Academia Mineira de Letras (AML) e publicou livros, em sua maioria de poesias. No campo da educação, assumiu diversos cargos e por duas vezes foi enviado em comissão de viagem à Europa para estudar novos modelos e métodos educativos. A partir de indícios deixados em seus textos, como nas críticas literárias de sua autoria publicadas nos jornais e outras fontes que nos permitem conhecer mais sobre esse intelectual, buscamos apresentar suas preferências de leitura. Para tanto, recorremos aos estudos de Chartier (1990; 1995; 1998), entre outros autores que pesquisam os livros e a leitura. Entendemos que com isso, além de lançar luz sobre esse importante acadêmico já esquecido, contribuímos para os estudos dos intelectuais e das práticas letradas.


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Referências


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DOI: https://doi.org/10.34112/1980-9026a2022n46p540-548

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