A PERFORMANCE POÉTICA EM PELA ALVORADA DOS NIRVANAS, DE EDIVAL LOURENÇO

Valéria Alves Correia Tavares, Goiandira de Fátima Ortiz de Camargo

Resumo


Neste artigo teremos como corpus a poesia do poeta goiano Edival Lourenço[1], que será analisada na perspectiva dos elementos no texto que indicam a performance oral e como esses elementos atuarão na subjetividade do leitor por interferir no seu desempenho. Para isso, consideramos elementos que ajudam na vocalização do poema, os quais parecem recomendar, provocar o leitor para que este fale, por meio de uma exigência proposta pelo poema que dará ritmo e sonoridade ao processo de leitura. Nesse ponto, é importante observar que o ritmo sujeita ao leitor a possibilidade de uma leitura coerente, ritmada, com musicalidade, que fundamenta o desencadeamento da subjetividade na composição, por meio de uma ação que se inter-relaciona à subjetividade do leitor. Além disso, o ritmo exige uma entonação exaustiva, sem marasmos, uma execução, uma performance oral e não uma performance silenciosa, afinal a linguagem rítmica é performática. Para examinar tais aspectos, o presente artigo apoia-se em autores como Umberto Eco (2002, 2015) para abordar o leitor; Paul Zumthor (1993, 2005, 2014) para tratar da leitura e performance, entre outros.

[1] Poeta, romancista e cronista goiano. Um representante da poesia contemporânea, apresenta um dos percursos mais sólidos e mais regulares dentre os poetas contemporâneos que produzem no estado de Goiás, o que pode ser observado tanto na poesia quanto na prosa.


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Referências


BENVENISTE, Émile. Problemas de linguística geral I. Tradução de Maria da Glória Novak e Maria Luísa Neri: revisão do prof. Isaac Nicolau Salum. 5. ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2005.

ECO, Umberto. Lector in fabula: a cooperação interpretativa nos textos narrativos. Tradução: Attílio Cancian. São Paulo: Perspectiva, 2002.

______. Os limites da interpretação. Tradução: Pérola de Carvalho. São Paulo: Perspectiva, 2015.

LOURENÇO, Edival. Poesia Reunida (1983 – 2013). Apresentação de Iuri Pereira. São Paulo: Ex Machina, 2014. 400 p.

ZUMTHOR, Paul. A letra e a voz: A “literatura” medieval. Tradução: Amálio Pinheiro, Jerusa Pires Ferreira. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

______. Escritura e nomadismo: entrevistas e ensaios. Tradução: Jerusa Pires Ferreira, Sonia Queiroz. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2005.

______. Performance, recepção e leitura. Trad. Jerusa Pires Ferreira e Suely Fenerich. 1. ed. Cosac Naify Portátil. São Paulo: Cosac Naify, 2014. 128 p.


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Linha Mestra Associação de Leitura do Brasil (ALB)
e-ISSN: 1980-9026
DOI: https://doi.org/10.34112/1980-9026

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