A MÁQUINA BINÁRIA DO ESTADO: DO DESEJO DA POLÍTICA À POLÍTICA DO DESEJO

Alan Isaac Mendes Caballero

Resumo


Partindo de Gilles Deleuz e Felix Guattari, o Estado pode ser tomado como uma máquina binária, operando pela segmentarização de um povo transforma-o em população governável a partir da codificação e sobrecodificação do desejo por políticas sexuais. Em um contexto de neoliberalismo presenciamos propriedades heteronormativas e colonizadoras por parte dessas políticas de Estado para a regulação das máquinas desejantes, o que contribui para a permanência de desigualdades sociais. Para agir em sentido contrário, é preciso compor uma máquina de guerra a partir de práticas contrassexuais (PRECIADO, 2017) para deslocar toda a repressão-recalcamento em outros fluxos de devir.

Texto completo:

PDF

Referências


AMUCHÁSTEGUI, Ana. Gobernanza neoliberal en la epidemia del VIH/SIDA en mujeres en México: los efectos del paradigma de la vulnerabilidad. Estudios Sociológicos, México, v. 35, n. 104, p. 343-371, 2017.

ARGEMÍ, Miguel Domènech; BALESTRIN, Viviane Giusti; STREY; Marlene Neves. A emoção é o consumo: subjetivação e agenciamento da vida capital. Athenea Digital, Colombia, n. 13, p. 121-132, 2008.

BENTO, Berenice. O que é transexualidade? São Paulo: Brasiliense, 2008.

BUTLER, Judith. Vulnerabilidad corporal, coalición y la política de la calle. Nómadas, n. 46, abr. 2017.

BUTLER, Judith. Os atos performativos e a constituição do gênero: um ensaio sobre fenomenologia e teoria feminista. Cadernos de leituras, n. 78, jul. 2018.

CARRERA, Denise. O informe Brasil – gênero e educação da CONAE às diretrizes nacionais. In: CARRERA, Denise et al. (Org.). Gênero e educação: fortalecendo uma agenda para as políticas educacionais. São Paulo: Ação Educativa, Cladem, Ecos, Geledés, Fundação Carlos Chagas, 2016, p. 25-54.

CURY, Carlos Roberto Jamil. Educação como direito social. In: CASTRO, Carmem Lúcia Freitas et al. (Org.). Dicionário de políticas públicas. Barbacena: EdUEMG, 2012, p. 148-51.

DELEUZE, Gilles. Crítica e clínica. Trad. Peter Pál Pelbart. São Paulo: Editora 34, 1997.

DELEUZE, Gilles. Conversações, 1972-1990. Trad. Peter Pál Pelbart. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora 34, 2013.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia. Trad. Luiz Orlandi. São Paulo: Editora 34, 2010.

DELEUZE, Gilles; PARNET, Claire. Diálogos. Lisboa: Relógio D'Água, 2004.

FIRTH, Rhiannon; ROBINSO, Andrew. For a revival of feminist concousness-raising: horizontal transformation of epistemologies and transgression of neoliberal TimeSpace. Gender and Education, v. 28, n. 3, p. 343-358, 2016.

FOUCAULT. Michel. História da sexualidade 1: a vontade de saber. Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque e José Augusto Guilhon de Albuquerque. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2015.

GALLO, Silvio. Biopolítica e subjetividade: resistência? Educar em Revista, Curitiba, n. 66, p. 77-94, out.-dez. 2017.

LÉON, Adriano de. Os labirintos do desejo: desenhando uma metodología anarcoqueer. Política & Trabalho, n. 36, p. 219-235, abr. 2012.

MASCARENHAS, Leonardo Balbino; FARIAS, Geniana Guimarães; COSTA, Cláudia Ocelli. Terceiro Setor. In: CASTRO, Carmem Lúcia Freitas et al. (Org.). Dicionário de políticas públicas. Barbacena: EdUEMG, 2012. p. 454-7.

OKSALA, Johanna. Feminism and neoliberal governmentality. Foucault studies, n. 16, p. 32-53, 2013.

PARRINI, Rodrigo. Falos interdictos: cuerpos, masculinidade y lei. Nómadas, n. 38, p. 65-79, abr. 2013.

PERES, Wiliam Siqueira. Cartografias clínicas, dispositivos de gêneros, estratégia saúde da família. Estudos Feministas, Florianópolis, n. 18, v. 1, p. 205-20, jan-abr. 2010.

PRECIADO, Paul Beatriz. Multidões queer: notas para uma política dos “anormais”. Estudos Feministas, Florianópolis, n. 19, v. 1, p. 11-20, jan.-abr. 2011.

PRECIADO, Paul Beatriz. Manifesto contrassexual. Trad. Maria Paula Gurgel Ribeiro. São Paulo: n-1 Edições, 2017.

RAMALHO JÚNIOR, Álvaro. Neoliberalismo (perspectiva teórico/conceitual) e Neoliberalismo empírico. In: CASTRO, Carmem Lúcia Freitas et al. (Org.). Dicionário de políticas públicas. Barbacena: EdUEMG, 2012. p. 346-57.

ROLNIK, Suely. Esferas da insurreição: notas para uma vida não cafetinada. São Paulo: N-1 Edições, 2018.

ROTA IRIMIA, Antón Fernández de. Sexo y monstruosidade: uma genealogia de la policía del sexo. Anthenea Digital, Colombia, v. 16, n. 2, p. 169-203, jul. 2015.

VARGAS-MONROY, Liliana; LOMBART, Margot Pujal I. Gubernamnetalidad, dispositivos de género, raza y trabajo: la conducción de la conducta de las mujeres trabajadoras. Universitas psychologica, v. 12, n. 4, p. 1255-67, oct-dic. 2013.

VIANNA, Cláudia; UNBEHAUM, Sandra. Contribuições da produção acadêmica sobre gênero nas políticas educacionais: elementos para repensar a agenda. In: CARRERA, Denise et al. (Org.). Gênero e educação: fortalecendo uma agenda para as políticas educacionais. São Paulo: Ação Educativa, Cladem, Ecos, Geledés, Fundação Carlos Chagas, 2016. p. 55-120.




DOI: https://doi.org/10.34112/1980-9026a2020n41p55-64

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Linha Mestra Associação de Leitura do Brasil (ALB)
e-ISSN: 1980-9026
DOI: https://doi.org/10.34112/1980-9026

Licença Creative Commons