IMAGEM: CONCEITOS QUE PERMEIAM UMA SOCIEDADE NOS DISCURSOS, NO ESPAÇO E NO TEMPO

Symone Angélica Cesar da Silva Augusto, Elaine Filomena Paiva Assolini

Resumo


As imagens circulam por vários materiais didáticos e nos espaços educacionais e o modo como uma sociedade expressa-se ao desenhar, fotografar, pintar entre outras manifestações imagéticas tornam-se arquivos imprescindíveis para a identificação do aluno com o material didático. Nosso percurso dentro da área da educação proporcionou-nos algumas inquietações, no que se refere a sujeitos de diferentes etnias e raças, como índios, negros e asiáticos, que vivem à margem da educação e não se veem representadas nos livros didáticos, dessa forma investigamos algumas imagens que circulam nos livros didáticos de Língua Portuguesa do Fundamental I (1º ao 5º ano) utilizados em salas de aula de uma escola pública. Entrevistamos professores(as) com o objetivo de escutá-los a respeito de suas práticas pedagógicas escolares com imagens contidas nos livros didáticos. Nosso objetivo é entender se e como a identidade cultural (HALL, 2006), está representada nos livros didáticos e se e como os (as) professores(as) mediam e abordam essa temática que circula em toda sociedade em qualquer lugar do mundo. Seguindo um caminho investigativo e buscando indícios e paradigmas indiciários (GINZBURG, 1980) esta pesquisa utilizou o arcabouço teórico metodológico da Análise de Discurso de matriz francesa, que utiliza as obras de Pêcheux, Foucault, Orlandi, Coracini e Assolini entre outros. Apresentamos resultados parciais de uma investigação, cujos os resultados indicam que os professores entrevistados respeitam a identidade cultural, mas não sabem como trabalhar com esta questão no dia a dia da sala de aula. Em concordância com Coracini e Cavallari, (2016), entendemos ser desejável que o aluno se reconheça no livro didático, encontrando ali representações de si, de sua subjetividade, desejos e pensamentos.

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Referências


ACHARD, P. et al. Papel da memória. Tradução e introdução José Horta Nunes. Campinas: Pontes, 1999.

ASSOLINI, F. E. P. Pedagogia da leitura parafrástica. Dissertação de mestrado. Ribeirão Preto: USP, 1999.

CAVÉQUIA, M. P. Letramento e alfabetização: a escola é nossa, ensino fundamental-anos iniciais, 1º ano. São Paulo: Editora Scipione, 2016.

CORACINI, M. J. R. F. CAVALLARI, Juliana Santana. (Org.). (DES)construindo verdade(s) no/pelo material didático: discurso, identidade, ensino. Campinas: Pontes Editores, 2016.

GINZBURG, C. Sinais: raízes de um paradigma indiciário, In: C. GINZBURG. Mitos, emblemas, sinais. Trad. Frederico Carotti. São Paulo: Companhia de Letras, 1980.

HALL, S. A identidade cultural na pós modernidade. 11. ed. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

ORLANDI, E. P. Discurso fundador. Campinas: Pontes, 1993.

PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Tradução de Eni Puccelli Orlandi et al. 2. ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 1995.


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Linha Mestra Associação de Leitura do Brasil (ALB)
e-ISSN: 1980-9026
DOI: https://doi.org/10.34112/1980-9026

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